sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O Colo que Não dei

O Raphael nasceu fruto de uma vontade imensa de ser mãe. Mesmo sem ter muitas condições e ser recém casada eu queria desesperadamente engravidar.
Casei em junho de 2011, em Julho estava grávida, com oito semanas de gestação perdi meu bebe e isso me deixou arrasada. Não trabalhava na época e entrei em depressão .Resolvi que voltaria a trabalhar porque precisava ocupar a minha mente, as pessoas não entendiam o motivo de toda aquela tristeza, já que a gravidez estava no comecinho, mas pra mim me faltava um pedaço .
Desde o começo tive problemas, tive vários sangramentos, tomava Ultragestan e progesterona, vivia no pronto socorro, até que no dia 25 de agosto de 2011 fui a consulta, a médica pediu uma ultrassom, e quando o médico procurou os batimentos cardíacos não encontrou e ele me disse muito friamente: “olha o feto, esta amorfo (sem forma), a placenta descolada totalmente, e não tem batimentos cardíacos, essa gravidez não é viável. Eu ouvia, olhava pra ele e me deu um vontade de gritar, mas voltei pra sala da doutora, entreguei a ultrassom e ela, sim, muito humana, me disse várias coisas confortadoras, me orientou a não fazer a curetagem, para evitar outros futuros abortos e me passou uma medicação para abrir o colo do útero, tomei essa medicação duas vezes no dia conforme ela havia prescrito e a noite senti uma cólica imensamente forte, sangrei muito e saiu a placenta e dentro de uma bolinha ainda com agua toda fechadinha o meu bebezinho, que pra mim tinha forma de feto sim, bem pequenininho. Continuei tomando a medicação, voltei na médica fiz exames, e ela me disse que podia tentar de novo em 6 meses. Cheguei em casa, fiz um calendário, e riscava todo dia o quanto faltava...
Em janeiro de 2012 , ainda menstruei normalmente , mas em fevereiro... minha alegria, minha surpresa, fiz o teste de farmácia no serviço e, quando vi, tinha dado POSITIVO, fui até p ambulatório do trabalho pedi duas guias de BHCG Quantitativo, uma para aquele dia e outra para repetir em 48 horas, para saber se estava aumentando o hormônio, já que esse foi um dos problemas que tive na primeira gravidez. Liguei pro meu marido que chorou com a noticia e quando chegou em casa ficava alisando minha barriga. Fiz os exames, os resultados estavam certinhos e foi só alegria;
A minha gravidez foi tranquila apesar de ter adquirido pressão alta, tomava meus remédios e só comia fruta, emagreci ao invés de engordar, uns 6kg, só engordei novamente no fim da gravidez , mas meu filho sempre foi grande e pesadinho, ele se desenvolveu muito bem , pelo menos era o que aparentava.
Descobri o sexo com mais ou menos 5 meses de gravidez, e chorei ao saber que era menino, falei pro meu marido que quando o Faelzinho crescesse não ia me visitar, como perceberam o nome escolhido foi Raphael Filho, e meu marido ficou todo bobo, porque o filho ia ter o mesmo nome dele.
Chegamos a 40 semanas sem nenhuma grande intercorrência, como ele não nascia e já estava sem espaço, foi feita a cesárea e no dia 28/10/2012 as 12:14hrs, nascia meu amado filho, que emoção, ele nasceu grandão com 49 centímetros, 3945kg, apgar 8 e 9, um sonho. Falei pro meu marido ficar grudado nele tinha muito medo de trocarem meu bebe na maternidade, ou roubarem.
Fui para o quarto e aproveitei meu bebe até o dia seguinte, quando levaram ele para dar banho, fui atrás ficar olhando pelo vidro, e percebi que a pediatra fez uma cara estranha quando escutou o coração dele, colocou ele no oximoro, o monitor estava virado pra frente, e me desesperei ao ver a saturação do meu filho tão baixa, falei pro meu marido que ela pediria UTI pra ele e foi o que aconteceu.
Desde que o Faelzinho foi para o quarto eu havia percebido que ele respirava cansadinho, falei para as enfermeiras, falei pro meu marido, falei pra todo mundo que entrava no quarto, mas falavam que era coisa da minha cabeça.
A médica muito boa Dra Monica, me falou que o Raphaelzinho provavelmente era portador de alguma cardiopatia congênita, que existiam várias e naquele momento sem os exames ela não saberia me precisar qual era, disse que ele iria para a UTINEO, para ser monitorado de perto e receber medicações para manter a válvula do coração dele aberta. A noite me chamaram porque ele tinha feito a ecocardiografia e a cardiologista, me explicou que ele era portador da Síndrome da Hipoplásia do Coração Esquerdo SHCE, e de outros problemas (que só mais tarde descobri os nomes CIA e Coartação da Aorta) e que este problema o tratamento era cirúrgico, mas que a cirurgia seria paliativa e eram mais de uma cirurgia, disse que pediria transferência pra ele porque o tratamento cirúrgico eles não tinham condições de fazer ali naquele local.
No dia 30/10 fomos transferidos para o hospital de referência do convênio, foram feitos novos exames e no dia 31 conversamos com os cirurgiões que explicaram que o tratamento convencional que são três cirurgias em idades diferentes, não era indicado para ele naquele momento porque a aorta dele era muito fininha torta e muito estreita. Primeiro ele faria uma cirurgia denominada cirurgia Hibrida, para que ele pudesse ter chance de passar pelas outras.
Lembro que ficava ali em pé e cantava pro meu bebe na incubadora, a mesma música que ele ouvia na barriga , chorava, orava, ele mesmo sedado melhorava a saturação quando ouvia minha voz, quando eu tocava nele, ele sabe que foi e é muito amado.
NO dia 01/11/12 foi feita a cirurgia do meu filho. Acompanhei ele ate a porta do centro cirúrgico dei um beijo nele, minha mãe e meu marido também e foi a última vez que vi meu filho com vida as 19:15hrs ele faleceu vitima de um choque hemorrágico e parada cardíaca, meu bebezinho não aguentou a cirurgia.
O que eu senti com a notícia foi devastador, parecia que eu estava olhando outra pessoa passar por aquilo, meu marido me abraçou e choramos como criança.
Ele também ficou muito abalado, o Raphaelzinho sempre mexia quando ouvia a voz dele na barriga, e ficava quietinho quando o ´pai pegava ele no colo.
Tinham providencias a serem tomadas e eu não quis ninguém tomar as decisões por mim, fui até a internação pedi a declaração de óbito, que a menina não sabia fazer e me irritou muito, porque eu vi que ela estava fazendo errado e teria que refazer (trabalhei em hospital), naquele momento enquanto ela preenchia a declaração de óbito eu lembrava de todas as vezes que eu tinha preenchido aquele mesmo papel... não imaginava alguém fazendo isso do meu filho.
Queria ir até a funerária, mas meu marido pediu pra deixar meu sogro e minha mãe escolherem o caixão, dei instruções de como eu queria, voltamos para o hospital de madrugada para liberar o corpo, eu queria vestir meu filho, as pessoas falavam "não vai ver não", mas eu quis ver meu filho. A saída de maternidade que eu tinha comprado com tanto carinho, pedi para as enfermeiras vestirem nele, e ele ficou lindo parecia um anjinho.
Fomos pra casa, ele foi velado na igreja que meu marido cresceu, lembro de sentar e olhar fixamente para o caixão, era irreal aquilo, um mês antes eu tinha escolhido os móveis do cantinho que fiz pra ele e agora, ele tava ali inerte naquele caixão.
Eu não ia ter o chorinho de madrugada, não ai amamentar, não ia ver meu filho se desenvolver, não ouviria ele me chamar de mamãe.
As pessoas tentavam me consolar, mas só me irritava ouvir as mesmas palavras, que de consolo não tem nada. O culto fúnebre foi lindo, muitas pessoas compareceram para nos apoiar e foi importante, enquanto ele estava internado ouve uma comoção na internet de oração em prol da vida dele, pessoas de vários locais oraram pelo meu filho, e eu sou eternamente grata por isso.
Quando recebemos a notícia da morte do Faelzinho, o Raphael meu marido escreveu o seguinte texto que foi lido e distribuído no velório dele:

“O Raphaelzinho foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Foi fruto do meu amor pela Fernanda.
Infelizmente quis Deus levá-lo com apenas 5 dias de vida. Entretanto esses 5 dias mudarão o restante da minha vida.
Nesses dias pude contemplar o meu pequeno Guerreiro em sua luta, pude abraça-lo, beijá-lo, sentir o seu agradável cheirinho. Essa experiência é a mais magnífica e gratificante que existe, eu aproveitei todos os momentos.
Não pude acordar a noite com seu choro, nem para dar-lhe de mamar ou ao menos trocar sua fraldinha.
Não poderei vê-lo andar, falar, cair, se machucar, se curar, quebrar a casa toda.
Pais que lerem esta carta, saibam que esses não são problemas, na verdade, são privilégios, aproveitem cada segundo com seu filho, curta cada momento com ele, não se neguem de brincar com ele quando chegar em casa cansado. Se derretam quando virem seus biquinhos de manha, quando olharem com ternura, pois pode ser a ultima vez, no meu caso foi.
Jamais esquecerei aqueles olhos pretos me olhando, seu cabelo espetadinho, o biquinho que ele fazia.
5 dias, apenas 5 dias e Deus o levou de mim, 5 dias que mudaram toda minha vida.
Raphaelzinho, eu te amo e mamãe também, Vai com Jesus, logo, logo nos veremos outra vez.
Com amor,
Papai e Mamãe”


Hoje faz exatamente 2 meses e 21 dias que ele nasceu 2 meses e dezoito dias que ele voou de volta para os braços do pai.
Voltar para casa só voltei depois de um mês, e quando vi tudo aqui o berço vazio, as roupas ainda sem usar, o estoque de fraldas que eu tinha feito, chorei muito, mas acabei me acostumando, hoje não quero desmontar nada, mas sei que isso será inevitável. Me angustia saber que esse momento vai chegar e precisarei ser forte.
Todos os dias dói para respirar; todos os dias.
É difícil levantar, foi difícil ter leite e não ter bebe para amamentar, doí não ter o cheirinho de bebe em casa, doí ter o colo vazio. Perder um filho é perder um sonho, uma parte de você. Choro todos os dias ,me pergunto todos os dias o porquê, e nunca encontro resposta. Só durmo se for com a roupinha que ele usou comigo, mas tive uma crise porque acabou o cheirinho dele.

Hoje sou mãe de dois anjinhos, uma mãe tendo que viver sem os filhos para cuidar. Encontrei apoio em pessoas que nem conheço, mas compartilham comigo a mesma dor e saudade de seus anjos
Estou tentando sobreviver, porque viver mesmo, eu deixei na hora que meu filho morreu.


Fernanda Costa Xavier





13 comentários:

Unknown disse...

Oi Fernanda
Sinto a sua dor...
não tenho palavra de conforto talvez essas palavra não existe para uma mãe de anjo.O tempo somente ele acalmara seu coração mesmo não acreditando nele pois eu tbem não acreditava ele cicatrizou a minha ferida q sangrava todos os dias não fez eu esquecer pois viverei eternamente com a cicatriz da saudade mas acalmou esse momento de desespero e choro .
minha linda mesmo achando q nunca mais será feliz dias melhores virão e acredite vc voltara a viver novamente.
Sinta se abraçada por mim e fique em paz.

Casal Apaixonado disse...

Retribuindo sua visita ..
querida, essa dor.. eu entendo.. algo assim acredito que só o tempo é capaz de amenizar pq esquecer nunca esqueceremos .. algo assim machuca, traumatiza e fere nossas almas ..
Um beijo e força..
Que papai do céu de alguma forma te conforte e te mostre um caminho ..

Veronica Fukuda disse...

Fernanda,
estamos no mesmo barco e me solidarizo a vc.
tenha força, o tempo ameniza essa dor.

Camila Andrade disse...

Fernanda,

Sinta um abraço forte de uma mãe de anjinha... No dia 20/11/2012 quando estava no oitavo mês de gestação, o coraçãozinho da minha princesinha parou...e meu mundo tb...Um sofrimento irreparável... Mas DEUS nos escolheu para sermos mamães de anjinhos e com certeza somos muito especiais... Fique c DEUS e tenha certeza de q nossos anjinhos estão muito bem ao lado de DEUS e sempre olhando por nós.

Força!

Unknown disse...

Olá Fernanda
Sei o que está sentindo, pois o meu Claudinho nasceu dia 10/12/2012 e faleceu dia 13/12/2012.Estava de 03 meses de gestação quando fiz o ultrassom morfológico e fiquei sabendo que meu amorzinho tinha acrania, ou seja, ele não tinha a calota craniana, então nasceria com o seu cerebro para fora, o que para a medicina é considerado incompatível com a vida. Mesmo assim não desisti de prosseguir com a gestação, mesmo correndo riscos, pois eu sabia que Deus estava no comando de tudo e que não me abandonaria.
Completei 37 semanas e 03 dias, eis que chegou a hora, Claudinho nasceu de parto cesariana, pesando 2k140g e com 41cm. Foi emocionante, pois não era nem mesmo para ele ter nascido vivo, mas ele chorou, para minha alegria e do meu marido.
Ficamos emocionados com tudo que estava acontecendo, curtimos cada vez mais o segundo de sua vida fora do utero, não sei como explicar, mas eu consegui fazer tudo o que havia pedido para Deus.
Não fique triste. Pois eu tive meu filho, para ele ir embora, de volta aos Céus para os braços do Pai.
Contudo curti cada momento da minha gravidez. Aproveitei ao maximo a oportunidade que Deus me deu, de ser Mãe.
Fique com Deus e que minha estória sirva de conforto para seu coração. Não chores mais, pois seu anjinho ficará triste com cada lágrima sua. Se sinta honrada por ter tido ele em seus braços, agradeça imensamente ao Nosso Senhor, por ter te dado essa benção.
Com certeza seu filho junto com meu filho, estão brincando felizes, por terem se libertado dos seus males físicos.
Se puder leia o livro Laços de amos eterno, lá vc encontrará a resposta para as suas perguntas.
Se quiser me add no facebook angelita morais fonseca e verás as fotos do meu anjinho Claudinho.
Fica com Deus e entregue essa sua dor nas mãos do nosso Senhor, pois Ele te dará o conforto que seu coração precisa.

Unknown disse...

oi minha linda ja aconpamho sua dor...a um tempinho e sei que doe muito,pos nao ha remedio que passe ...seu anjinho hoje estar brilhando ao lado do pai..e brilha em sua vida entensamente...que deus um dia ´possa te presentiar com uma nova vida,para que deminua um pouco esse vazio mas numca a dor..um abraço..

Cíntia A. S. Sevaux disse...

Fernanda Querida,
Não há nome para se dar a quem perdeu um filho...A dor é inevitável, é dilacerante... Sua missão foi gloriosa, devolver a Deus esse anjinho que não precisava mais sofrer nesse mundo... ele só veio para ensinar o que é amor incondicional...Que Deus te dê sabedoria para passar por esse processo sem perder a doçura no coração e que com o tempo vc consiga abrir um pedaço de seu coração para que a alegria volte a fazer parte de sua vida.... Fique com Deus!!!bjinhos!!!
www.viverumdiaacadadia.blogspot.com

Anônimo disse...

Oi fernanda so deus para conforta seu coraçao que possa de te dar forças para continuar seguindo em frente, mas tenha fe que dias melhores virao, olha tem uma passage na biblia q fala assim pq os meu pensamentos nao sao os vossos pensamentos isais 55:8 q eu estava gravida ganhei um presente com esta passagem e mal sabia o q ia acontecer com minha filha olha eu sei q a dor e muito grande e q as vezes nao entedendemos o pq temos q passar por isso, mais deus escolheu vc a dedo para ser mae de uma criança tao especial como o rafael, pq ser mae de anjo e uma missao muito dificil e dolorosa, mas tenha certeza q dias melhores ainda vira, fique com deus e muita força. ass naiara ted

Daiany dos Santos Pereira disse...

Olha Fernanda, eu tbm perdi minha filha no dia que ela completaou 2 meses de vida, os mais incriveis da minha vida, mas tenha força minha amiga, eu acredito que os planos de Deus são sempe maiores. Sei que as palvras não são suficientes, só o tmepo mesmo, mas tenha certeza que les estão bem la no céu, os seus, a minha e de todas as outras mães. O Senhor é dono de td e na hora certa ele vai mandar a sua benção lacrada com o selo de Deus. Deus nos abençõe minha amiga. Abraços.

Cindy Carolyne disse...

Ola Querida, eu tbm sou mae de um anjo lindo chamado Caio.
Eu estava gravida de 5 meses quando meu filho veio ao mundo antes do tempo. Ele nasceu vivo ainda, levaram ele pra encubadora(pelo menos foi oq me disseram)so que ele estava bem fraquinho pois, quando eu chequei na maternidade eu estava perdendo liquido, passei 1 semana interna tentando segurar ele, mais infelismente eu e ele contraimos uma infecçao e ele acaou nao resistindo por isso tbm. Agora dia 22/04/13 meu anjo vai fazer 9 que ele foi embora. Essa dor fica pra sempre dentro dos nossos coraçoes. Tbm fico me perguntando o porque, porque logo eu e tbm nao acho resposta, acho que so Deus entende. Nao me conformo e nunca vou me conformar. Ainda nao quis engravidar,pois tenho muito medo, mais na hora certa vou sim. Fique com Deus ta? Seus anjos sempre estarao te protegendo assim como o meu.

Anônimo disse...

A história é linda, parabéns. Só achei ruim essa letra que você escolheu para postar que dificulta pra ler. Tentei ler o texto até o final, mas muito difícil. Publica o texto em Arial que fica mais agradável aos olhos e facilita a leitura. Lindo o blog!

Cris disse...

Oi Fernanda, li a sua história e o que tenho pra te dizer é que sinto algo parecido com sua dor. Eu perdi minha filha Helena, com 42 dias de vida. Ela era uma criança super saúdavel, mas acredite, de um dia para o outro ele ficou fébril, a levei para a clínica, passamos a noite enternadas na enfermaria, mas pela manhã ele teve duas paradas cardiorespiratórias e não resistiu. Tudo isso, faz 2 meses que aconteceu, desde de então eu vou levando a vida, não sinto mais vontade de conquistar nada na vida é como se eu estivesse tbm esperando minha hora de me encontrar com minha filha. Eu sinto muito por vc, mais hoje somos felizes por sermos mães de dois anjos, que estão no céu e nunca deixaram de ser nossos filhos.

Anônimo disse...

Que lindo! !
Parabéns pelas palavras, o meu caso foi parecido e revivi lendo a sua história.
Obrigada